Apesar de apresentar diferentes níveis de robustez, esta literatura demonstra que a exposição ao conteúdo violento tem diversos efeitos deletérios e duradouros, especialmente entre os jovens.
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Porque amamos notícias ruins: entendendo o viés negativo
Publicado em 15/09/2017 às 15:25Esse texto de Peter H.Diamonis, publicado no site americano Big Think, explica bem o viés negativo da nossa atenção:
A cada segundo de cada dia nosso cérebro é bombardeado com muito mais informação do que podemos processar. Como nada é mais importante do que a nossa sobrevivência, os dados são canalizados para uma porção do lobo temporal chamado a amígdala.
A amígdala é nosso detector de perigo. É nosso sistema de alerta antecipado. Ele literalmente escaneia através de todas as entradas sensoriais procurando por qualquer tipo de perigo, nos colocando em alerta máximo, preparados para uma reação imediata, como um tigre à espreita. Você ouviria um barulho dentre as folhas e pensaria ser o tigre, não o vento ou algo semelhante – em 1% das vezes seria realmente o tigre e você salvaria sua vida.
Atualmente, a amígdala literalmente chama nossa atenção para todas as notícias negativas. Mesmo que você assista a mais de mil matérias você focaria apenas nas negativas. Os noticiários sabem tirar vantagem dessa característica. Por essa razão, 90% das matérias em mídias impressas e televisivas são negativas, pois é nisso que prestamos mais atenção.
Foi descoberto que temos alguns “vieses cognitivos”. Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel, foi pioneiro na descoberta desses vieses. Nós possuímos um viés negativo, pois temos a tendência de dar muito mais atenção a informações negativas do que às positivas. Há também o viés de confirmação, pelo qual temos a tendência de olhar seletivamente as informações ou enxergar informações que confirmem nossas opiniões pré-existentes, o que em muitos casos alimenta nossas noções e expectativas negativas.
Ultimamente nós somos mantidos nesse estado mental negativo. Quando a amígdala entra em estado de alerta máximo por causa dos supostos perigos que nos cercam, mesmo a maioria sendo altamente improváveis, como uma pandemia poder atacar ou um asteroide poder nos atingir, entre outros, acabamos tendo a amígdala constantemente em estado de alerta, bloqueando as notícias positivas e focando apenas nas negativas.
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Roger Ferreira
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