Maio 2021

  • Violentos (%) 18
  • Negativos (%) 54
  • Positivos (%) 20
  • Neutros (%) 8

Em maio de 2021, inauguramos novos critérios para avaliar o Índice de Violência na Mídia (IVM) com o objetivo de entender melhor os conteúdos negativos e violentos, que são já constatadamente os que têm presença majoritária na mídia. Para isso, criamos quatro novas categorias: negativo tóxico, violento tóxico, negativo reflexivo e violento reflexivo.

O conteúdo pode ser considerado negativo ou violento, mas trazer algo de bom e, por isso, ser categorizado como reflexivo. Isso acontece, por exemplo, quando aborda soluções, mostra as consequências de maus exemplos, promove consciência e tem estilo e frequência adequados.

Manifestações populares, por exemplo, normalmente classificamos como negativo reflexivo. Porque apesar de mostrar problema e insatisfação, também mostra pessoas lutando por uma causa e que vivemos numa democracia.

Já quando se trata de uma notícia tóxica, além de não trazer nada de bom para quem tem contato com ela, pode trazer consequências ruins para as pessoas. Nossa medição segue a lógica do Efeito Contágio, pois é um fato que pessoas suscetíveis imitam e se influenciam pelo que recebem da mídia.

“Motociclista filma a própria imprudência”, que foi notícia no Jornal da Band, é um exemplo de reportagem que classificamos como negativo tóxico. Dois motivos para isso? Não acrescenta nada de positivo a quem assiste e pode, inclusive inspirar outros motociclistas a fazer o mesmo.

“Tio e sobrinho foram assassinados após roubarem carne no mercado”, notícia classificada como violenta tóxica porque expõe uma violência, os envolvidos e, além disso, pode provocar sentimentos como aflição, medo e desalento.

Em maio, mês de estreia das novas categorias, analisamos 2.950 matérias veiculadas pelos quatro telejornais nacionais e constatamos que 54% do tempo foi dedicado a assuntos negativos. A violência foi mostrada em 18% do tempo. Já assuntos positivos ocuparam 20% do tempo. Assuntos violentos e negativos somaram 72% do tempo dos telejornais.

Entre o conteúdo classificado como negativo e violento, identificamos 71% como negativo reflexivo e 3% como negativo tóxico, 5% como violento reflexivo e 21% como violento tóxico.

Ou seja, a boa notícia é que entre o que é negativo, a maioria é reflexivo. No entanto, é importante observar como o que é negativo e violento ocupam a maior parte dos telejornais. As notícias positivas ocupam o menor espaço do noticiário. Além disso, todos os meses, o noticiário pinça um acontecimento violento e o espetaculariza, em maio, por exemplo, foi a morte do MC Kevin. Antes foi a morte do menino Henri e assim por diante. Essa lógica não pode continuar.

Veja as tabelas completas aqui.

Resultado por Emissora

  • Violentos (%) 14
  • Negativos (%) 44
  • Positivos (%) 32
  • Neutros (%) 10

TV Bandeirantes

  • Violentos (%) 11
  • Negativos (%) 70
  • Positivos (%) 13
  • Neutros (%) 6

TV Globo

  • Violentos (%) 23
  • Negativos (%) 52
  • Positivos (%) 19
  • Neutros (%) 6

TV Record

  • Violentos (%) 25
  • Negativos (%) 50
  • Positivos (%) 16
  • Neutros (%) 9

SBT

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